segunda-feira, 28 de julho de 2014

ÓDIO

Odeio você
E em mim
Tudo que abafa
O além do que sou

Odeio
A palavra mansa e doce
Cortante das aspirações mais puras
Que parece farpa

Odeio a minha ternura
Quietinha no canto da sala
E a almofada
Onde deito minha angústia

Dessa lágrima
Teimosa que cai à toa
Quando meus olhos devoram
A vontade que destoa
De tudo isso que passa

Engolir a seco
Na alma ao verter
O que em ti não ecoa

Incompreendido será sentir,
Cuidar ausente do que se sente
Será presente?

Eu fico distante
Em mim

Longe pra
Pensar das feridas

Uma herança de ser mais bela
A vida

Uma dança oscilante
Adorar e odiar

Eu sei que danço sem par...

Maris Figueiredo





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