quinta-feira, 21 de novembro de 2019

TRAVESSIA

CORRE
VEM A CHUVA

TIRA A ROUPA

DÁ CORDA
RODA

VIVE
DE ALMA NUA

SACODE A VIDA
SECA NA BRISA

DEIXA
MAIS LEVE A LIDA
MONTA E BRINCA COM O VENTO BRAVO
QUE VEM NA CURVA

O PENSAMENTO É MAIS RÁPIDO
SEM ESSA CULPA

ESCULPE OUTRO DIA
SE DESCULPA

QUALQUER APRENDIZADO
COMEÇA NO ATREVIMENTO
DO AMOR

DA DOCE TRAVESSURA



MARIS

CANTIGAS E VIDAS

SENTEI A CONTEMPLAR
A VIDA QUE PASSAVA
FORMOSA
TÃO BELA


ENQUANTO
DANÇAVA
ME ENREDOU ENTRE AS PERNAS
ME DEIXEI TROPEÇAR


LEVANTEI
ENQUANTO ACENAVA
O ADEUS DOÍDO FEITO CORTE DE FACA
INESPERADO
LEVANDO 
TUDO QUE EU SONHAVA
 ALCANÇAR


ENQUANTO DANÇOU
EU RODAVA
INFANTILMENTE TONTA
SORRINDO
ANESTESIADA
PELAS IMAGENS 
QUE ALIMENTEI 
ME DISTRAINDO AO COMTEMPLAR
A LINDA ROSA JUVENIL DEPENDENDO 
SEU DESPERTAR DAS MÃOS DE UM REI
UM CRAVO CHOROSO PELA ROSA 
DESMAIADA DEPOIS DE BRIGAS

O TEMPO QUE PASSA A CORRER
 SEM QUE A GENTE SE DÊ CONTA

TODA VEGETAÇÃO QUE NASCE AO REDOR ABAFANDO AS HISTÓRIAS 
QUE JAZEM  ESQUECIDAS
TEREZINHAS QUE QUEDAM
AMORES QUE SÃO DE VIDRO
E SE QUEBRAM...

E A VIDA COM SUAS CANTIGAS QUE CESSAM
RETORNAM 
PARA RESSURGIR EM OUTRAS VOZES
E EU COM CANTIGAS
AO REDOR DA VIDA
VIVENDO 
RODANDO
DE ME ENCANTAR

MARIS










segunda-feira, 4 de novembro de 2019

NEM FORMIGA, NEM CIGARRA

MEU DEUS
HOJE ME DEI CONTA
NUNCA FUI TOTALMENTE FORMIGA
NEM CIGARRA

O INVERNO VEM CHEGANDO
E NÃO GUARDEI QUASE NADA
TAMPOUCO SEGUI SEMPRE CANTANDO...


MARIS

domingo, 3 de novembro de 2019

ESTAVA ESCRITO


Pozinho de ternuras
Se assentam
Em luzinhas de brilho intenso

Conduziu-nos às travessuras
Através de linhas desalinhadas
Nas mãos abertas
 Pelo tempo


Em magias, o momento...
Parecia para sempre
Marcado

Escritos tortos
Nas linhas sinuosas
Dos nossos conflituosos
Sentimentos


E sinto falta
Da falsa sensação
Do brilho intenso
Que na verdade
Se acendia aqui dentro
Quando mesmo fosco

Desfazia-se, até mesmo,
 A linha
Tênue...
E eu sem notar
Me apaixonava...


Maris



segunda-feira, 30 de setembro de 2019

BALÃO

ABRACE MEU CORAÇÃO
DEIXE ELE ASSIM
AQUECIDO NO TEU PEITO

DESCANSADO
EMBALADO PELO TUM TUM TUM
DO TEU EM MIM
COLADO

DEIXE ROLAR OS SONS
E ACENDA TODAS AS LUZES DAS ESTRELAS
MAIS DISTANTES

ABRACE MEU CORAÇÃO
TIRE MEUS PÉS DO CHÃO

DESPEJANDO
TODA A ANGÚSTIA E DOR
NÃO HÁ MAIS NADA GUARDADO...

SÓ O QUE É BOM
MAS TUDO ESTÁ SOLTO

OS PORTÕES ABERTOS
PARA O ABRAÇO

SOLTO O BALÃO...
VIAJANDO NO AZUL
DEPOIS DOS TELHADOS

ABRASE MEU CORAÇÃO
ABRACE MEU CORAÇÃO


MARIS


sábado, 7 de setembro de 2019

SETE VIDAS

Parece ser tão bonito
Viver distraída

Um estado de distância
Onde nada te alcança
Mas também nada apetece

Um espaço entre as entranhas
Onde nada se estranha
Mas também nada  aquece

Parece ser tão bonito
Viver distraída

Feito um gato
Que olha pela janela
Do último andar

Lá de cima
Tudo é tão pequeno
 Diante das sete vidas que esperam
Pra pular

Parece tão bonito
 Mas de perto...
As sete vidas
Procuram-se
Assustadas

Precisam de algum
Cálculo que dê certo

Um alvo para amar

Maris



O QUE TEM PRA HOJE... NO VARAL



Ouvir rock
Dançar
Pra depois, mais tarde... 
Ser convencida pelos 
"Lúcidos" de plantão que devo
Cair na real 

Que tô  reclamando à toa
 Afinal, o "ouro dos tolos"
Tá depositado (pelo menos era) 


...


O baú continua guardado
A espera deste meu mundo
Chegar à lucidez
Com a esperteza do macaco

...

Pensar bem faz bem, quando o bem é presente
Mas hoje,tô fazendo nada

 Tá me fazendo mal

Maris Figueiredo

DAS RELATIVAS DISTÂNCIAS

Estiquei a estrada de elástico
Distendi o sonho
Soltei 

Foi longe o
Disparo

De encontro
Ao meu encontro
 Explodi

Sem sentir o
 percurso
Nas finas veias
O amor
Tingiu
Todas as cores
 
Tudo é luz

Cheguei 


Maris Figueiredo

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

DE OUTONECER

EU JÁ NASCI OUTONO
CONTEMPLADA

A MELHOR ESTAÇÃO DO ANO

CRESCEU EM MIM AS BELAS TARDES
DE SOL E SOMBRAS
ENTRE FRUSTRAÇÕES E SONHOS

NEM TUDO FOI BRISA
NEM TUDO FOI DOCE

FUI DE MIMOS E ENCANTOS
A CASTIGOS E MACHUCADOS

MAS PRA SEMPRE FUI OUTONO
 ESTAÇÃO ENTERNECIDA DE
 APRENDIZADOS

EU JÁ NASCI OUTONO
OUTONECENDO
MAGICAMENTE
PASSANDO

SENDO PASSEIO
DE OUTRO PASSOS

SENDO EU MESMA
POR OUTROS LADOS

AVESSO
VERSO
INVERSO
INFERNO


A ESMO

OUTONECI
TROCAS DE CORES
DESABROCHEI FLORES
E DEIXEI FOLHAS VOAREM


 TROQUEI DE CENÁRIOS

OUTONECI
DIANTE DAS BELEZAS QUE VIVI

OUTONECI
NAS MÚSICAS QUE CHEGARAM


OUTONECI TANTAS HISTÓRIAS AZUÍS

VIVENDO DE SEMPRE OUTONECER
 ETERNAMENTE
EM MIM

MARIS








sexta-feira, 9 de agosto de 2019

O RIO CHORA

E O RIO
 TODO MÊS...
CHORA

FEITO UMA MULHER
QUE MENSTRUA
MISTURANDO VIDA
E CORTE

MORTES

LÁGRIMAS VERMELHAS

LUTO

DISCURSOS TORPES


O RIO
CORRE AS RUAS


MISTURA VIDA
E CORTE...


CHORA LÁGRIMAS
TURVAS  QUE
SOBEM À SUPERFÍCIE

ESPELHO DAS ÁGUAAS
UMA REALIDADE
NUA E CRUA

DURA!

DAS VIDAS QUE ESCORREM
ENTRE SEPULTURAS

MARIS






sábado, 9 de março de 2019

ALMA E LAMA

Quando que a alma
Se fez lama?

No caos da ambição
O total esquecimento
Barragem de sentimentos
bons...


Maria Figueiredo

domingo, 3 de março de 2019

Oi, Pai!

No varal neste
Dia 3 de março de 2019

Pai dessa caminhada
Deixo aqui um recado
Registrado no mundo virtual
Desse meu mundo tão real
E intenso
Insano

Às vezes de emoções desconhecidas
Abafado de lembranças
Que deixo bem escondidas...

Caro amigo
Dessa caminhada
Pai em outras tantas
Será?


Desse corpo
Que meu deu origem
Pra esta vida
OBRIGADA!


Pelo amor com que me encaminhaste
Com teu jeito mais descontraído
Equilibrando leveza
E responsabilidade
OBRIGADA!

Por ter me mostrado exemplos
Pelo respeito
Pelo sustento
OBRIGADA!

Por ser sonhador
Emotivo
OBRIGADA!

Por gostar de presentear a gente
Mesmo com as despesas descontroladas
Ainda que a mãe reclamasse
Lá vinha você com algum mimo
OBRIGADA!

Por sacrifícios sem pedir nada
OBRIGADA!

Pelo café tão perfumado
Servido com zelo e carinho

Por dizer que um dia
Nos daria o que a gente queria
Por dizer que não! não!
Quando realmente não dava...

Por ter acreditado
Por ter me dado tantas oportunidades
OBRIGADA!

Que trabalho, hein!
Quanto trabalho...

Não te esqueço
Mas é tão estranho...
Venho ao varal
Escrever este recado
Nessas datas pontuais

E diariamente
Vivo
Como se quisesse esquecer
Pra poder prosseguir
Sem interromper nossos caminhos

Procuro não pensar
Até hoje é assim

Me sinto
Tão triste
Por abafar as lembranças
Pra prosseguir nesta hipotética
Realidade como se guardasse um segredo
Onde minha alma não alcança...

Onde eu mesma
Ás vezes, não me vejo...

Onde a emoção é tão grande
A saudade é tamanha


Esse varal está num campo
Um campo florido
Perfumado de esperança
Muitas árvores verdinhas
Pássaros, formigas
A natureza todo trabalhando

Tem um lago lindo
Refletindo o céu azul
De encantos

Um cheiro de clorofila
Com ar de uma brisa que está em todo canto
Vamos sentar pai
Hoje, amanhã sei lá

Vamos marcar neste teu plano
Pra eu te encontrar

E ajuda eu guardar
Quando retornar
A certeza que estivemos juntos
Rindo, comemorando essa vida toda....
Conversando...

Abraçoooooo, pai
Obrigada!!!!


Maris Figueiredo

sábado, 2 de março de 2019

NEM SANTA NEM OCA

Não vou engolir o veneno
Sentir  gosto amargo
As dores no estômago

Não quero afogar-me
Nos ataques
Instalar o desequilíbrio
Alimentar o sofrimento

Não quero adoecer
Com pensamentos
Nem devolver 
Pois não
Devo receber
O que também não me serve...

De raiva, rancor e medo
O mundo carrega peso
Peso de sobrecarga
Que entorpece

Que faz chorar
Viver o pesadelo
De tanto repetir
Os mesmos erros...


Não que eu possa arrancar uma
Raiz que se fez profunda
Me intitular
Leve e pura

Santa
Hipocritamente
De ripas, aglomerados...
Oca
Nesses tempos em que
Vivemos escassez
Pra esculpir imagens
Em  madeira de lei


Fingida
Louca
Distraída 
Ainda assim


Nem santa
Nem oca


Maris Figueiredo


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

AMAR AMOR

Eu amo
Amo
Amo
Amo

Nem sei o quê
Quem

Mas amo
É encantador
Amar
Amor

SONS DAS CONCHAS


Não te ouço mais
Nem sei qual  tua música

Tua ausência é tão silenciosa
Mas invadiu minha alma de sons

Abafei todos os ruídos
Pra buscar na memória
Aqueles timbres esquecidos

O som dos teus sorrisos
O estalos dos beijos
Os passos festivos
Até o som do teu olhar perdido...
Feito radar a buscar respostas
Como se o universo pudesse satisfazer
Qualquer pedido...

Abafei os ruídos
Pra buscar na memória
Aqueles tons ternos

Das mãos dadas
Em trilhas das calçadas
Dos sussurros e risos

Sons de conchas
Deve ser o mesmo que faço
Com esses sons que carrego
No meu coração
Pra sempre  aquecido!

MARIS FIGUEIREDO























































































































































































sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

DERRADEIRA

A ÚLTIMA METAMORFOSE... QUANDO AS BORBOLETAS DORMEM

MARIS FIGUEIREDO

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

RECORTES

Gênesis 2 
1 Assim foram concluídos o Céu e a Terra, como todo o seu exército.
2 No sétimo dia, Deus já havia terminado a obra que determinara; nesse dia descansou de todo o trabalho que havia realizado.


Gênesis 2019

1 E o mundo depois de pronto coube em um pequeno registro chamado calendário. Dias e noites... 365 ou 366 possibilidades...
2 No dia primeiro do que nomeou ano, a humanidade sonolenta descansou
3 Será que já despertou?

Maris