Não vou engolir o veneno
Sentir gosto amargo
As dores no estômago
Não quero afogar-me
Nos ataques
Instalar o desequilíbrio
Alimentar o sofrimento
Não quero adoecer
Com pensamentos
Nem devolver
Pois não
Devo receber
O que também não me serve...
De raiva, rancor e medo
O mundo carrega peso
Peso de sobrecarga
Que entorpece
Que faz chorar
Viver o pesadelo
De tanto repetir
Os mesmos erros...
Não que eu possa arrancar uma
Raiz que se fez profunda
Me intitular
Leve e pura
Santa
Hipocritamente
De ripas, aglomerados...
Oca
Nesses tempos em que
Vivemos escassez
Pra esculpir imagens
Em madeira de lei
Fingida
Louca
Distraída
Ainda assim
Nem santa
Nem oca
Maris Figueiredo
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