sexta-feira, 13 de julho de 2012

CARTA DE ADEUS

Aos dias abissais,
Daqueles esquecidos atrás de muros:
Essas proteções derretidas, frágeis, degelo
Das emoções contidas e aquecidas
De choro no escuro...

Aos dias abissais,
Daqueles que a única dádiva é
Alimentar os musgos
E todo um  verde
Espaçado de esperança
Que se enraíza, prometendo
Transformar o futuro...


Aos dias abissais

Daqueles emudecidos pelos pesares
Marcados dos passos descalços de um tímido sorriso...
Desabrochar de vida para o
Portal iluminado que se abre

Adeus!

Pois que já avisto
Ao longe a amplidão das esferas
Descortinando um verde azuladinho brilhante,
Entre tons lilás das minhas cortinas e
Não fecho mais as janelas

Peixes dançam
Em um rio encantado, 
 Onde um barco de papel flutuando,
Na imaginação do menino que o segue empurrando,
Carrega tantos sonhos

Avisto
Nuvens delicadas se aprumando
E de mansinho respingos de chuva molham
Os campos


Adeus!

Maris Figueiredo




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