Há situações que machucam a alma. Nem sempre
percebemos... Engasgam. É como a pena que escreve linhas destoadas,
desenganadas, enroladas em longos pergaminhos. E a confusão entre manchas e
palavras faz com que pedrinhas lançadas ao lago formem ondas desavisadas,
transformando cenários em outras paisagens ainda não reveladas.
Sinto muito quando posso ser motivo,
ou deixo que me usem como espinho... Tenho tantos
equívocos e colho os matinhos que nascem à beira da calçada. No entanto,
durante a caminhada, tento não fechar os ouvidos aos cantos dos passarinhos,
aprecio o céu, o mar... Assim como sinto o perfume das flores que habitam
distante...
Estou tentando, meu canto parece, às vezes, uma
revoada silenciada na busca nem sempre “educada” pelo equilíbrio e
autoconhecimento. Ora, dilacerante, ora é doce, tranqüilo, relaxado... É
difícil desconstruir casulos seculares...
Maris Figueiredo
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